Abril Azul: Inclusão e garantia de oportunidades para pessoas com autismo

Olhar atento da sociedade pode facilitar diagnóstico precoce e desenvolvimento dos potencias de pessoas com autismo
Natália Oliveira

O mês de abril é o mês de conscientização do autismo e reforça a importância da inclusão de forma justa e igualitária de crianças e adultos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista. Segundo a OMS, uma a cada seis crianças são autistas no mundo. No Brasil, estima-se que existam em torno de 2 milhões de pessoas com o TEA. O diagnóstico precoce é de extrema importância para a eficiência do tratamento e deve ser feito de preferência na infância. Para isso é necessário que os pais e a sociedade como um todo saibam o que é o autismo e observem as crianças. 

O Transtorno do Espectro do Autismo é caracterizado por alterações no desenvolvimento, déficit na comunicação, interação social e comportamental de crianças e adultos. De acordo com a Associação Brasileira de Autismo (ABRA), algumas das suas principais características são a dificuldade de estabelecer relações sociais, de consolidar interações e de se comunicar com pessoas que não são do seu círculo familiar. Além disso, alguns sinais que podem ser observados são: a falta de contato visual; a repetição de frases ou palavras que ouviram de outras pessoas ou mesmo da TV e o hiperfoco, ou seja, interesse profundo e restrito a um ou alguns assuntos específicos. 

A campanha “Abril Azul” tem o papel de conscientizar a população, destacando que não há espaço para preconceitos. Em 2020 e 2021, o tema da mobilização está sendo “Respeito para todo o espectro”, com hashtag #RESPECTRO nas redes sociais. A cor azul faz referência não só aos meninos, que são os mais diagnosticados com o TEA, mas também à calma e à tranquilidade que a cor transmite para as pessoas com autismo, principalmente em situações de sobrecarga sensorial.

Este ano, a ONU destacou a importância de garantir a inclusão das pessoas com autismo também  no mercado de trabalho. Para isso, segundo o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres é preciso repensar sistemas de educação e treinamentos para que os indivíduos com autismo possam desenvolver todo o seu potencial.  “Um dos principais objetivos deve ser construir um mundo mais inclusivo e acessível que reconheça as contribuições de todas as pessoas”, afirmou Guterres, que completou dizendo que a pandemia trouxe ainda mais desafios, mas “os esforços para reacender a economia global são uma oportunidade de repensar o local de trabalho para tornar a diversidade, inclusão e igualdade uma realidade”.

O secretário-geral da ONU lembrou que o objetivo da Agenda 2030 é deixar ninguém para trás e disse que o mundo deve garantir às pessoas com autismo sua plena participação na vida social, cultural e econômica da sociedade.